Noutro dia, em frente à gôndola de salsichas, conversava com uma desconhecida a respeito da qualidade do produto. O papo ia bem até ela me dizer que precisava ir, pois já tinha comprado tudo que precisava. Continuei minhas compras e quando já aguardava na fila do caixa-rápido, ela veio atrás de mim com um carrinho cheio de bolachas. Isso, depois que ela sumiu no meio dos carros no estacionamento, levou-me a pensar em como as mercadorias são organizadas no supermercado. Lembram-se de que eu disse que ela afirmou que já havia terminado?
É por isso que, a partir de uma conversa com um amigo, professor de geografia, elaboramos algumas perguntas que balizarão suas compras:
"Eu preciso deste produto?"
Certa vez, questionando um amigo que acabara de comprar um disk-man, tive de ouvir que ele o adquirira por estar barato. Não me contive e disse que estava dando um pacote de merda e se ele queria. Caramba, é uma boa justificativa adquirir uma coisa apenas por causa do preço? Quantas vezes compramos coisas de que não precisamos? Seja um livro que não vamos ler. Eu já adotei a estratégia de nunca comprar algo na primeira vez que vejo. Tem funcionado. Já me livrei, por exemplo, de adquirir uma escrava boliviana de 18 anos e um boneco do Falcon quebrado.
"Como este produto é feito?"
Pronto. Os “eco-chatos” vão gostar dessa. O fato é que quase nunca pensamos nisso porque algumas coisas produzidas sob o selo da sustentabilidade são caras demais. Mesmo assim, convém pensar se ao serem fabricadas usam muita energia, água, matéria-prima, se geraram resíduos tóxicos ou desperdício. Mais ainda, se exploram-se os produtores locais pagando-se preços irrisórios para aumentar a margem dos lucros.
"Eu preciso de tantos?"
Quantas tv’s você tem em casa? Quantos computadores? É realmente necessário? Muitas vezes exageramos no consumismo e compramos mais do que precisamos. Atualmente, só em material de computador, tenho um estabilizador, um scanner de mesa, suas impressoras da HP, um monitor CRT de 15”. Vejam quanto lixo. Livros também. Tenho centenas os quais sei que não lerei ou porque estão ultrapassados, ou porque tenho a última edição, ou simplesmente porque foram ganhos, mas não necessitava deles. Prometi que darei um fim em tudo isso, pois estão apenas estorvando.
Se tudo que for ocioso e que ocupe espaço aqui em casa for jogado fora, desconfio que terei de procurar uma utilidade para mim.
1 comentários :
Eu sou um consumista inveterado quando se trata de tecnologia. Se tivesse grana, encheria a minha casa com as últimas novidades do mercado.
ReplyQuadrinhos, uma vasta coleção. Dinheiro foi feito para ser gasto, eu sei que sou um verme.
E por aí vai...
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