Análise de charges: novo foco, novo ano


Mudar, ainda que sensivelmente, o foco do blog é uma das propostas que passei a considerar a partir de conversas com o Caio Lausi e com a Jô Angell. Como o assunto sempre despertou meu interesse e ao conversar com amigos a respeito dos nichos de blogs vi que não há nada nesse sentido, optei por trazer aqui para o Blog do Bauru. Um dos motivos é a grande busca por assuntos ligados à Língua Portuguesa por aqui.
A escolha desse é, no entanto, instigante, pois é algo que concentra um número enorme de manifestações textuais e exige do leitor um conhecimento prévio de um conjunto de dados contemporâneo à produção do texto que é um dos objetos de estudo deste blog.

Dirceu-Veiga-charge-análise
Conectados, casais deixam de lado coisas essenciais no relacionamento!

 Como se dá a relação Ilustrador/leitor?


No texto chárgico, estabelece-se uma relação discursiva muito próxima entre o leitor da charge e seu ilustrador. Esse aspecto já fora abordado por mim em discussões acerca da qualidade de leitores que temos hoje em dia. Afirmei, por exemplo, que ao mesmo tempo que o ilustrador de uma charge precisa contextualizar sua mensagem e procurar a clareza na apresentação da informação, é preciso que haja um esforço do leitor no sentido de decodificar a mensagem proposta ali.
Isso se consegue por meio de leituras diárias, pois se antes a charge tinha um caráter atemporal, hoje ela está, na maioria das vezes, intimamente ligada aos últimos acontecimentos do cotidiano.

É isso, espero que gostem da série sobre o assunto.

2 comentários

"...é preciso que haja um esforço do leitor no sentido de decodificar a mensagem proposta ali..."

Rogério, eu não queria estar a sua pele. :o)
Esse suposto esforço na decodificação de várias linguagens, em especial a minha, que é lógica-matemática, é um tremendo calvário que eu percorro ano após ano. A capacidade (ou habilidade) de comparar, fazer analogias, compreender é linda no papel, mas na prática, a coisa complica.
Lembro de um post do Cardoso sobre imagens na qual alguns blogs de humor acabavam colocando uma seta onde havia algo inusitado, e ele reclamava que isso acabava com a piada ou que a grande maioria dos leitores não tinham a capacidade de entender a situação proposta. Ou seja, esses blogs de humor, sabendo da ignorância de seus leitores, davam uma ajudazinha para que eles enxergassem a piada como deveriam.

Boa sorte, meu amigo, nesse novo foco!

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Reconheço que esse esforço é essencial na compreensão de qualquer coisa. Sei que o problema maior na leitura é a questão do vocabulário e que somente o conhecimento linguístico abre portas para que esses significados façam parte do cotidiano das pessoas. Estamos num barco à deriva, meu caro. O que disse sobre as imagens é verdade. Explicar uma piada é a pior coisa para um aspirante a comediante.

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