Exalando perfumes estrangeiros. Sapatos nas mãos frias. Você abre a porta do lar com o cuidado de um cofre. Pé ante pé. Avança. Na alegria e na tristeza. Na saúde e na doença. Lavando o rosto com detergente de maçã, escovando os dentes ressecados, deitando-se na tumba dos lençóis amarfanhados, você trai. Trai a mão da mãe, trai a própria mãe, trai a mãe dos filhos. Trai crenças e compromissos, empresas e partidos. Não é uma questão de gosto, mas de oportunidade. Você trai por caridade. Trai a confiança medida dos amigos. A infinita inimizade dos inimigos. Trai sem querer, trai querendo. Por trinta dinheiros mirrados, por carros, por uma boa bisca. Você trai para aparecer, até pra esquecer. Que Deus lhe perdoe. Eu é que não posso.
P.s.: não me lembro o nome do autor. Se souber, diga nos comentários, por favor.
P.s.: não me lembro o nome do autor. Se souber, diga nos comentários, por favor.
2 comentários
mais um textículo agradável =D
Replypensei que fosse fazer uma crônica da foto, mas como sempre ela só serviu de motivação ahhahha
Imagens falam muito e eu seria um bobo se tentasse explicá-las. Prefiro mesmo é admirar.
ReplyPostar um comentário
Os comentários deste blog são moderados.