Já ouvi aluno dizer que tem todas as idéias na cabeça, mas não consegue passar para o papel. Realmente esse é um problema que, na maioria dos casos é resolvido com aquelas receitas dadas em cursinhos. Ajuda, mas não resolve. Vejamos então os principais problemas estruturais que seu texto pode apresentar e que, não por acaso, são analisados pelos corretores.
- Presença de um conflito básico ou de uma idéia central.
Numa redação, os argumentos devem desenvolver apenas uma idéia, salvo quando É NECESSÁRIO desenvolver mais de uma. Na dissertação, uma tese e dois argumentos que a desenvolvam é mais que suficiente para desenvolver um texto coerente. Numa narração, uma trama bem desenvolvida já forma um enredo consistente.
- Sequência lógico-temporal.
Principalmente numa narração em que o elemento "tempo" é necessário, a uniformidade temporal é desejável. Misturar presente, pretérito e futuro pode provocar incoerências que comprometem o texto por inteiro.
- Sequência entre as idéias.
Numa dissertação, a presença da introdução, do desenvolvimento e da conclusão devem ser bem marcadas. Aqui, vale até lembrar que existem textos cuja tese aparece na conclusão, bem como há textos que já concluem no primeiro parágrafo.
- Presença de aspectos pertinentes à idéia (conflito) central.
Isso nada mais é do que não fugir do assunto apresentado na tese. Apenas isso.
- Mundo interior da personagem (o que ela pensa e sente).
Quando contribui para o enredo, devem ser apresentadas. Lembrem-se da construção das personagens do conto "passeio noturno", se não me engano, de Dalton Trevisam. As ações, a maneira de pensar, tudo contribui para caracterizar o distanciamento amoroso entre o casal.
- Seleção das falas da personagem.
Não consigo dissociar esse tópico daquilo que li no "Conto erótico" do Veríssimo. As falas das personagens criam um clima propenso para se pensar numa relação sexual, mas...
- Caracterização física e/ou psicológica da personagem.
Importantíssimo na construção do enredo, é preciso tomar cuidado para não criar incoerências. Construir um personagem fraquinho, raquítico, por exemplo, carregando um saco de cimento pode não parecer muito real. Da mesma forma, caracterizar uma personagem como recatada, carola, para depois apresentá-la atacando o marido da irmã enquanto esta está viajando, só será coerente se fizer parte do enredo e da construção do clímax.
- Criação do suspense.
É o que prenderá o leitor até o final do seu texto. Há diversas maneiras disso ser trabalhado no texto. Falaremos delas numa outra oportunidade.
- Introdução clichê.
Fuja das fórmulas prontas, mas não inove ao ponto de descaracterizar a modalidade pedida na proposta. Tive uma colega que abominava o início das narrações que usavam o "era uma vez...". Não se pode condenar uma determinada construção antes de observar se ela era importante para o enredo.
- Desfecho clichê.
Tão ruim quanto a introdução, o desfecho que cai no chavão frustra o leitor. Tenho a impressão, às vezes, de que o aluno estava empolgado para escrever, mas percebeu que o limite de linhas chegava. Aí, do nada ele termina o texto com alguma fórmula que o mágico do cursinho passou pra ele. A prática leva à perfeição. Nada melhor, portanto, que treinar muito antes de qualquer exame
- Coerência do foco narrativo.
Vale a dica dada em relação à coerência dos tempos verbais.
- Presença de um conflito básico ou de uma idéia central.
Numa redação, os argumentos devem desenvolver apenas uma idéia, salvo quando É NECESSÁRIO desenvolver mais de uma. Na dissertação, uma tese e dois argumentos que a desenvolvam é mais que suficiente para desenvolver um texto coerente. Numa narração, uma trama bem desenvolvida já forma um enredo consistente.
- Sequência lógico-temporal.
Principalmente numa narração em que o elemento "tempo" é necessário, a uniformidade temporal é desejável. Misturar presente, pretérito e futuro pode provocar incoerências que comprometem o texto por inteiro.
- Sequência entre as idéias.
Numa dissertação, a presença da introdução, do desenvolvimento e da conclusão devem ser bem marcadas. Aqui, vale até lembrar que existem textos cuja tese aparece na conclusão, bem como há textos que já concluem no primeiro parágrafo.
- Presença de aspectos pertinentes à idéia (conflito) central.
Isso nada mais é do que não fugir do assunto apresentado na tese. Apenas isso.
- Mundo interior da personagem (o que ela pensa e sente).
Quando contribui para o enredo, devem ser apresentadas. Lembrem-se da construção das personagens do conto "passeio noturno", se não me engano, de Dalton Trevisam. As ações, a maneira de pensar, tudo contribui para caracterizar o distanciamento amoroso entre o casal.
- Seleção das falas da personagem.
Não consigo dissociar esse tópico daquilo que li no "Conto erótico" do Veríssimo. As falas das personagens criam um clima propenso para se pensar numa relação sexual, mas...
- Caracterização física e/ou psicológica da personagem.
Importantíssimo na construção do enredo, é preciso tomar cuidado para não criar incoerências. Construir um personagem fraquinho, raquítico, por exemplo, carregando um saco de cimento pode não parecer muito real. Da mesma forma, caracterizar uma personagem como recatada, carola, para depois apresentá-la atacando o marido da irmã enquanto esta está viajando, só será coerente se fizer parte do enredo e da construção do clímax.
- Criação do suspense.
É o que prenderá o leitor até o final do seu texto. Há diversas maneiras disso ser trabalhado no texto. Falaremos delas numa outra oportunidade.
- Introdução clichê.
Fuja das fórmulas prontas, mas não inove ao ponto de descaracterizar a modalidade pedida na proposta. Tive uma colega que abominava o início das narrações que usavam o "era uma vez...". Não se pode condenar uma determinada construção antes de observar se ela era importante para o enredo.
- Desfecho clichê.
Tão ruim quanto a introdução, o desfecho que cai no chavão frustra o leitor. Tenho a impressão, às vezes, de que o aluno estava empolgado para escrever, mas percebeu que o limite de linhas chegava. Aí, do nada ele termina o texto com alguma fórmula que o mágico do cursinho passou pra ele. A prática leva à perfeição. Nada melhor, portanto, que treinar muito antes de qualquer exame
- Coerência do foco narrativo.
Vale a dica dada em relação à coerência dos tempos verbais.
E o recado final? Como fazê-lo?
Como vocês viram, acabei enfocando mais o texto narrativo, pois é o que apresenta com maior número esses erros. A dissertação será explorada com mais detalhes ao longo da vida do blog. Fiquem tranquilos. As dicas para recados são, como já disse, sugestões. Tente, invente, faça um recado diferente. Vamos a elas:
Nas próximas postagens darei mais dicas de bilhetes abordando todos os aspectos já citados na série.
"Detalhe este momento da personagem."
"Aprofunde este instante da história."
"Conte o que a personagem pensou e/ou sentiu."
"Conte os pensamentos e/ou os sentimentos da personagem."
"Penetre no mundo interior da personagem."
"Faça sua personagem pensar."
"Diga o que sua personagem sentiu."
"Explore o mundo interior de sua personagem."
"O que será que a personagem deve ou pode estar pensando?"
"Descreva a personagem... o ambiente... o lugar... este objeto."
"Apresente alguns detalhes da personagem... do ambiente... do lugar... do objeto."
"Elimine estes fatos. São desnecessários ao contexto da história... à sequência da história... ao conflito da personagem."
"Aproxime-se mais de sua personagem. Apresente detalhes significativos, importantes, novos, sugestivos."
"Faça sua personagem pensar no passado (no futuro, ou em fatos passados)."
"Mantenha o mesmo foco narrativo."
"Não mude o foco narrativo."
"Elimine estas falas. São desnecessárias."
Nas próximas postagens darei mais dicas de bilhetes abordando todos os aspectos já citados na série.
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