Escrever se aprende escrevendo


Sempre que converso com alguém, seja aluno ou qualquer outro profissional que use a Língua Portuguesa no seu dia-a-dia, ouço a pergunta:
“Professor, como é que eu aprendo a escrever?”
Normalmente a pergunta vem seguida de comentários do tipo: “Tenho facilidade para conversar, leio e quando chega a hora de passar o que penso pro papel “’dá um branco”, "o que fazer?”
Invariavelmente, a decepção é grande quando respondo que só se aprende a escrever escrevendo. Isso mesmo que você acabou de ler, só se aprende escrevendo. Numa analogia “sem-vergonha” de minha parte, quando decidi blogar, escolhi diversos caminhos. Já tive blog em que apenas compilava o que achava na internet. Outros onde colocava só imagem e escrevia, no máximo, a legenda... Bem, como disse, a frustração é grande quando afirmo que só se aprende escrevendo e, se possível, lendo muito. (lembro-me de que certa vez ouvi alguém dizer que um grande leitor nem sempre é um grande escritor e vice-versa). A grande dificuldade que a maioria das pessoas enfrenta com relação ao escrever refere-se à necessidade que ele tem de deixar a linguagem coloquial, aquela do dia-a-dia, e passar a se expressar por escrito.  
"Nóis vai, nóis fumo!"
A fala é, com certeza, mais fácil. Já a escrita tem suas normas próprias (ortografia, acentuação, a falta de um interlocutor à sua frente etc.). Outra fala muito comum entre os alunos é a de que naquele dia não está inspirado ou então deixar para a última hora o ato de escrever (principalmente quando precisam entregar uma atividade previamente pedida). O que fazer então? Entortar a boca e achar que nunca conseguirá de verdade escrever algo que seja lido e apreciado, no mínimo por sua avó analfabeta?
É creditado a “Gustavo Ioschpe, jornalista da Folha de São Paulo, a frase “além do 1% de inspiração que está no DNA de qualquer aspirante a Machado de Assis ou Shakespeare, o que é determinante são os 99% de transpiração”, mas tenho certeza de que foi outra pessoa quem disse isso.
Outro engano é achar que as aulas de Redação vão habilitar alguém a ser um Veríssimo. Aula de Redação apenas instrumentaliza o aluno para que escreva textos adequados aos desafios que enfrentará (seja um vestibular ou um e-mail para o chefe). Um curso de Redação eficaz é, certamente, resultado de uma boa instrumentalização (papel do professor) e da prática textual (papel do aluno).
Boa sorte para você que pretende aventurar-se no caminho das letras.
Imagens via Olhares.

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