Noutro dia recebi um e-mail com uma carta de uma mãe que, de forma enérgica, fazia um protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator (eufemismo sem-vergonha, concordo), das dependências da FEBEM em São Paulo para outra no interior do Estado. A carta falava que a mãe queixava-se da distância que agora a separaria do seu filho, das dificuldades e das despesas que passaria a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência. Esse fato teve uma cobertura ampla da mídia e ela teve o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc... Eu também sou pai e, assim, bem posso compreender o protesto dela. No entanto, quero erguer minha voz para falar de minha situação. Enorme é a distância que me separa da minha filha e esposa. Trabalhando em dois períodos fora de casa e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho. Com muito sacrifício, só posso ficar, por exemplo, com minha filha, de forma efetiva, aos sábados de manhã porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação da família. Felizmente conto com minha esposa, inseparável companheira, que desempenha, para mim, importante papel de amiga e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou professor da Rede Pública e Particular. Retomo o pensamento inicial: compadeço-me daquela mãe, pois embora tenhamos papel importante na educação dos filhos, muitas vezes eles fazem escolhas alheias à nossa vontade. Fica, porém a pergunta: Quem paga o colchão que o filho daquela senhora para quem a mídia e as ONG’s deram tanto apoio? Nas escolas onde trabalho, NUNCA apareceu nenhum representante destas 'Entidades' que tanto confortam os meliantes, que empunham armas, arrastam crianças pelas ruas, vendem drogas nos pátios das escolas enquanto exerço minha profissão, para me dar uma palavra de apoio, e talvez me indicar 'Os meus direitos’!' Não pedirei, no entanto, que você repasse ou indique esse post para seus amigos como pedia o e-mail a que me referi lá no início dessa mensagem! Embora saiba que é quase um esforço vão, quem sabe a gente consiga acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil. O chavão é até válido: Direitos humanos são para humanos direitos !!! Deixo explícita minha insatisfação com o sistema imoral.
P.s.1: evidentemente, há diversas partes desse texto que mantém uma relação intertextual com o e-mail, mas todo ele é a mais pura verdade.
P.s.2: imagem retirada daqui.
Postar um comentário
Os comentários deste blog são moderados.