Ainda sobre o trema


Questionado, novamente, pelo e-mail a respeito do trema, venho manifestar-me mais uma vez. Acompanhe-me:

Se eu pedisse que você fizesse a leitura da frase abaixo, como faria?

"População não aguenta mais a sequência de sequestros".

Certamente você a leu como deveria, sem deixar de pronunciar nenhum som (inclusive o "U"). No entanto, o problema não é a fala e sim a escrita. Quando corrijo textos de meus alunos, penalizo em 0,1 ponto por ocorrência gramatical. É um acordo tácito que temos para que eles se preparem e não percam pontos quando a coisa for pra valer. Alguns mais insistentes vêm com a pergunta: O trema não foi abolido? Minha resposta é a mesma sempre: há a proposta de acabar com ele, mas ainda não aconteceu. Ele existe e deve ser usado se a pronúncia for kwe, kwi, gwe, gwi, como, por exemplo, nas palavras qüinqüênio (período de cinco anos), qüinqüídio (período de cinco dias), tranqüilo, tranqüilidade, aqüífero, agüei, argüir, argüição, eqüidade, iniqüidade, ungüento, lingüiça, freqüente, etc. Não é o caso de palavras que devem receber acento agudo no "u" como algumas formas verbais de "apaziguar, averiguar, obliquar, argüir e redargüir.
"Em "apaziguar, averiguar e obliquar" haverá o acento agudo nas pessoas "eu, tu, ele e eles" do presente do subjuntivo (que eu averigúe, que tu averigúes, que ele averigúe, que eles averigúem); em "argüir e redargüir" haverá o acento nas pessoas "tu, ele e eles" do presente do indicativo (tu argúis, ele argúi, eles argúem)" conforme diz o professor Dilson Catarino. O professor Cláudio Moreno também trata do assunto nesse artigo. Bem, se não fui claro no que disse, fique com a opinião da professora Maria Tereza.


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