Esta é uma pequena lista de exercícios dedicada a alunos que farão as provas do Enem e muitas outras que virão neste final de ano. É necessário continuar se preparando justamente porque estes conteúdos vão ficando para trás ou não são corretamente trabalhado em sala de aula. Além destes exercícios, recomendamos fortemente as atividades de interpretação que publicamos recentemente no site queropassar.net. Clique aqui para ver as atividades de interpretação de textos com gabarito.
QUESTÃO 01 (Descritor: Identificar marcas lingüísticas, expressivas ou estilísticas.)
Assunto: Procedimento de leitura / sobre leitura, textos e leitores.
Leia cuidadosamente o Pop Card abaixo:
Assinale a alternativa que apresenta uma leitura ADEQUADA sobre o texto acima.
a) A expressão facial do senhor não representa o estado de espírito de quem padece de diabetes.
b) O semblante do homem não pode significar que ele possui o plano de saúde em questão.
c) O fato de o ator escolhido ser um idoso pode não prestar à associação entre a idade dele e a doença como sendo típica dessa faixa etária.
d) Fotografado numa piscina, o personagem se afasta de um modelo de homem ativo e saudável, fim do plano de saúde divulgado.
e) O uso do advérbio “sempre” e do adjetivo “cheio” pode se relacionar ao fato de o homem ter uma idade avançada.
As questões de 02 a 06 foram retiradas do vestibular 2009 da UFOP.
TEXTO II
Aonde foi parar a boa e velha desordem brasileira?
O avião decolou do Rio de Janeiro e embicou para Belém num céu de brigadeiro. Praticamente não havia nuvens entre as janelas dos passageiros e o mundo lá embaixo. E o vôo, com três horas de duração e praticamente sem serviço de bordo, era um convite irrecusável a aproveitar a estiagem para ver, ao vivo, o que não passava de um mapa colorido de verde nas aulas de geografia, do tempo em que as escolas tinham aula de geografia.
A rota percorria a linha imaginária daquilo que o Brasil sempre chamou de sertão, uma autêntica Tordesilhas do interior supostamente impenetrável. Mas cadê o sertão? Com a estiagem amarelando a serra do Espinhaço, na primeira hora de viagem o mar de morros descascados foi logo avisando que tudo o que havia a conquistar o País já conquistou. Dali, a mais de dez mil metros de altitude, não se via uma nesga de terra sem a marca da grande marcha para o oeste, que levou a civilização brasileira a bater nos contrafortes dos Andes.
“É uma paisagem cicatrizada pelo trabalho humano”, dizia o historiador Warren Dean, de um jato como esse, logo no primeiro parágrafo de A ferro e fogo, o réquiem da Mata Atlântica. Ele inventariou seus resultados há mais de 13 anos, pelas “voçorocas alaranjadas e gredosas, incisões talhadas por séculos de mineração, a agricultura e pecuária imprevidentes” na “colcha de retalhos”, onde as estradas parecem “abertas por formigas cortadeiras”.
Mas ele não viu, embora adivinhasse, o que viria depois. Faltou-lhe o cerrado Brasil adentro, onde a topografia se acalma e o sertão vai ficando cada vez mais geométrico, como se fosse desenhado a régua e compasso. Em fins de agosto, a seca acentuava os círculos exatos dos campos verdes, irrigados pela chuva artificial de longos braços pivotantes. A seu redor, as cercas repartiam os pastos com traços retos. As máquinas agrícolas acabavam de pentear o solo em sulcos uniformes. E, onde alguém se lembrou de fingir que cumpre os requisitos da reserva legal, os tufos de vegetação mais ou menos nativa pareciam ainda mais artificiais do que as áreas cultivadas, com seus recortes triangulares, quadrados, trapezoidais, no meio da ganância generalizada.
Nesse ritmo, entrou-se na Amazônia sem perceber. O Brasil só voltaria a ser ele mesmo, em sua esfuziante bagunça primordial, pouco antes do pouso, quando o avião contornou, em longa curva, as matas encharcadas das várzeas que cercam Belém. Mas aí era tarde. A maior parte do País já tinha ficado para trás, quase irreconhecível nesta época do ano, selvagem de menos, organizada de mais. Nesta terra onde se reclama tanto da desordem urbana, mal se fala do excesso de ordem agrícola no campo, onde a desordem original faz tanta falta.
Aonde foi parar a natureza exuberante e caótica, que fez o escrivão Pero Vaz de Caminha confessar ao rei dom Manuel que era impossível descrever este pedaço de novo mundo, porque aqui só se viam árvores por todos os lados na baía do descobrimento? Talvez na gravura em que, 200 anos atrás, o diplomata Claude François Fortier, Conde de Clarac, às portas do Rio de Janeiro, reproduziu folha a folha sua espantosa profusão de formas. Ela é o modelo clássico da floresta tropical nos museus europeus. E começa a fazer falta nas cartilhas escolares, para que os brasileiros cresçam conhecendo o lugar em que nasceram.
Fonte: (CORRÊA, M. S. Isto É, 2027, p. 122, 10 set. 2008).
QUESTÃO 02 (Descritor: Identificar principal proposta do texto.)
Assunto: Procedimento de leitura / sobre leitura, textos e leitores.
Assinale a alternativa que APRESENTA a proposta central do texto.
a) O Brasil deve voltar a ser uma bagunça.
b) O Brasil não deve reclamar da ordem agrícola.
c) O Brasil só apresenta bagunça na Amazônia.
d) O Brasil precisa aprender com a desordem natural.
QUESTÃO 03 (Descritor: Identificar parcialidades do enunciador.)
Assunto: Procedimento de leitura / sobre leitura, textos e leitores.
Assinale a expressão que, DE ACORDO com o sentido global do texto, denota um ponto de vista positivo.
a) desordem original
b) ganância generalizada
c) paisagem cicatrizada
d) agricultura e pecuária imprevidentes
QUESTÃO 04 (Descritor: perceber o valor semântico de pronomes relativos).
Assunto: Procedimento de leitura / sobre leitura, textos e leitores.
De acordo com o contexto, nas expressões “Aonde foi parar a boa e velha desordem
brasileira?” (título) e “Faltou-lhe o cerrado Brasil adentro, onde a topografia se
acalma [...]” (linhas 20-21), os termos aonde e onde significam, respectivamente:
a) a que lugar / que
b) por onde / no qual
c) por onde / que
d) em que lugar / no qual
QUESTÃO 05 (Descritor: Identificar relações de referências)
Assunto: Procedimento de leitura / sobre leitura, textos e leitores.
“Talvez na gravura em que, 200 anos atrás, o diplomata Claude François Fortier,
Conde de Clarac, às portas do Rio de Janeiro, reproduziu folha a folha sua
espantosa profusão de formas.” (linhas 40-42)
Para se compreender o período transcrito acima, é necessário identificar a relação
de referência entre o pronome sua e:
a) o escrivão Pero Vaz de Caminha.
b) a natureza exuberante.
c) as cartilhas escolares.
d) a ordem urbana.
Gabarito dos exercícios de Português
QUESTÃO 01 | A |
QUESTÃO 02 | D |
QUESTÃO 03 | A |
QUESTÃO 04 | D |
QUESTÃO 05 | B |